O navio Atlântida está definitivamente enterrado e hasteou hoje (1 de julho de 2015) a bandeira Noruega tal como foi avançado pelo Blog de Viana há vários meses em primeira mão. O porto de destino também já é conhecido e fica na Suécia.
Acompanhe a viagem do barco aqui.
Só aos olhares belos do Cabedelo a coisa poderia ter passado despercebida de tão entretidos que andam a espolinhar outros não cuidando de saber que tudo se descobre. Afinal, o nosso Atlântida já tem novo nome desde Dezembro de 2014 e sempre esteve nas mãos indirectas de uma empresa sedeada em Bergen, na Noruega, e que conta com forte apoio do Governo Russo de Vladimir Putin.
«West Sea assina o primeiro contrato de construção navalA DouroAzul assinou com a West Sea o contrato de construção de um novo navio-hotel para realizar cruzeiros turísticos no Douro, Viking Osfrid, cuja construção começou no início de 2015, prevendo-se que possa estar concluído antes do final do ano.» página 13 do Relatório e Contas do Grupo Martifer 2014
A Viking Cruises já tinha vistoriado o navio em 2009, tal como Blog de Viana noticiou num anúncio que foi depois replicado pelo Diário de Notícias: «Um armador norueguês visitou esta semana os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) interessado na compra do ferry Atlântida, navio encomendado e entretanto rejeitado pelo Governo Regional dos Açores, soube o DN junto de fontes da empresa. Trata–se de um armador da Noruega e que opera já na área do transporte marítimo (ferryboat) e que, segundo relatam fontes dos ENVC, terá ficado surpreendido com a qualidade dos acabamentos do Atlântida, entre os quais se contam um minicasino e um infantário.»
Pois bem, o nosso Atlântida tem todos os contornos de um caso de polícia desde o tempo em que Luís Amado (agora presidente do Banif e onde é funcionário o deputado do PSD, Eduardo Teixeira que durante a campanha para as últimas autárquicas se encontrou com o dono da Douro Azul) era titular da pasta da Defesa no Governo José Sócrates.
Ou seja, nem do PS, nem do PSD podem vir quaisquer políticos agora dizer que não sabiam o que sabiam e um dia se saberá porque se mantiveram caladas as instituições ligadas à economia (patronato e sindicato) da região em todo o processo dos Estaleiros Navais de Viana do castelo.
Mas a notícia de “um novo barco para o Douro” já tem barbas e só passou despercebida porque muito poucos querem aprender inglês e alguns dos que falam sobre o assunto (como alguns ex-dirigentes sindicais) até escaparam às acções de formação profissional dirigidas aos antigos trabalhadores dos ENVC apesar de terem sido convocados e serem obrigados a frequentá-las, preferindo outros “ofícios artísticos” pagos enquanto recebem o subsídio de desemprego.
É o próprio presidente da Viking Cruises quem o anuncia em Março de 2014 em público como poderá ler na Travel Agent Center (se o caro leitor não souber inglês use o tradutor da Internet ou frequente acções de formação gratuitas que o Estado Português disponibiliza).
Supreendidos com a notícia do Diário Económico segundo a qual «Mário Ferreira vai vender por 17 milhões de euros o navio que comprou ao Estado, em Setembro, por oito milhões»?
Isso nem é notícia, porque a novidade está apenas no facto da West Sea ter entregue a reabilitação do barco a outro estaleiro, por ausência de liquidez financeira para novos investimentos.
Pois bem…delicie-se com o vídeo de apresentação de um River Cruise que começa em Lisboa! E depois aprenda algumas frases em Inglês com a Maria.
Depois de ter mandado apagar todos os conteúdos do site dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo precisamente no dia em que deu posse a uma designada “comissão liquidatária” que teria de encerrar os ENVC até Agosto e ter criado uma nova empresa com alguns dos atuais administradores dos ENVC, o Governo mandou eliminar de de vez o website dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
Sucede que o ministro Paulo Portas apenas determinou a extinção da EMPORDEF e já está criada uma nova empresa com alguns dos atuais administradores dos ENVC. A nova empresa chama-se ENN – EMPORDEF ENGENHARIA NAVAL, SA
Leia o documento da comissão parlamentar da Assembleia da República que ninguém mostrou…até agora e se tiver pachorra veja o que foi dito por José Maria Costa no parlamento.
Numa fuga para a frente e escondendo que as ajudas estatais foram financiadas pelo fundos comunitários, a deputada do PSD Mónica Ferro exigiu um pedido de desculpa dos partidos da oposição, nomeadamente do PS, pelas acusações feitas ao Governo sobre a condução do processo de subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
“Decorreu no parlamento uma comissão parlamentar de inquérito ao processo de subconcessão aos estaleiros. Foi uma comissão parlamentar de inquérito potestativa, que reuniu os votos do PS, PCP e BE e que se fundava em acusações feitas à política deste Governo para os estaleiros que se manifestam agora totalmente infundadas”, afirmou.
Mónica Ferro reagia no parlamento ao anúncio pela Comissão Europeia de que as ajudas de 290 milhões de euros atribuídas pelo Estado aos ENCV entre 2006 e 2011 “violam as regras de auxílios estatais da União Europeia”.
“A Comissão veio dar razão em toda a linha à política seguida por este Governo e veio forçar o PS a vir retratar-se das várias acusações que foram feitas ao longo da comissão parlamentar de inquérito nomeadamente quanto à posição do Governo e à condução do processo junto da Comissão Europeia”, afirmou.
A imagem fala por tudo mas o ministro da defesa continua a mentir dizendo que não vai devolver
os 290 milhões de euros atribuídos aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), entre 2006 e 2011, em violação das regras comunitárias de auxílios estatais que foram financiados por fundos comunitários ao abrigo da construção de navios para a Marinha.
Numa declaração antes do ‘briefing’ do Conselho de Ministros, José Pedro Aguiar-Branco sublinhou que a Comissão Europeia, que hoje concluiu que o apoio público de 290 milhões de euros aos ENVC “não era compatível com as regras” europeias, “confirmou a bondade das decisões do Governo” não obrigando a devolver o dinheiro.
“Estamos a poupar 290 milhões de euros”, salientou o ministro, explicando que as ajudas ilegais não têm de ser reembolsadas porque a empresa (cujo único acionista era o Estado) vai ser extinta e o novo operador (a WestSea) também fica livre desta obrigação.
“O dinheiro já foi despendido e foi despendido de forma ilegal”, afirmou Aguiar-Branco, acrescentado que se a obrigação de devolver os 290 milhões de euros ao Estado se mantivesse seriam novamente os contribuintes a suportar a fatura.
“Os contribuintes já suportaram esse valor entre 2006 e 2011 e agora teriam de suportar novamente esse valor”, reforçou o ministro, salientando que o Governo evitou essa devolução, conseguindo, ao mesmo tempo, manter a reparação e a construção naval em Viana do Castelo.
“Ficámos a conhecer hoje na plenitude a fatura herdada por este governo, uma fatura que, se não fosse o trabalho deste governo, todos estávamos condenando a pagar”, disse o responsável da pasta da Defesa, frisando que “a persistência compensa”.
A decisão de Bruxelas fixou em 290 milhões de euros o montante das ajudas ilegais concedidas aos estaleiros de Viana, mas as estimativas iniciais apontavam para os 411 milhões de euros.
“Após intervenção do governo e numa altura em que decorria o processo de reprivatização da empresa foi aberto um processo de investigação aprofundado das ajudas de Estado ilegais, num montante superior a 181 milhões de euros”, adiantou Aguiar-Branco.
Segundo o ministro, “ficou claro nessa altura” que, caso essas ajudas viessem a ser consideradas incompatíveis e a empresa continuasse a atividade económica, o Estado seria obrigado a reclamar o valor ao novo proprietário dos estaleiros ou aos próprios ENVC, caso estes se mantivessem em atividade.
“Qualquer uma destas opções significaria a morte dos ENVC: nem o novo proprietário quereria correr o risco de ter de pagar mais de 181 milhões de euros, nem os estaleiros tinham essa verna para devolver”.
O Governo decidiu, por isso, pôr fim ao processo de privatização que estava em curso e encontrar uma solução que garantisse que não haveria continuidade económica dos ENVC, optando pelo encerramento dos estaleiros e subconcessão dos terrenos e infraestruturas a outra empresa.
“Esta era a única solução que permitia garantir a descontinuidade da atividade económica dos ENVC, não havendo lugar a qualquer devolução das ajudas ilegais concedidas”, assegurou o governante.
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