O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo está disposto a vender por uma verba irrisória de 7 milhões de euros todos os terrenos do designado Parque da Cidade que foram comprados, mediante expropriação e empréstimo bancário de longo prazo, por 12 milhões de euros, de acordo com uma notícia da Agência Lusa onde não se fala de quanto já pagou a autarquia (detentora de 40 por cento do capital da Vianapolis) em juros e a manchete é um alegado interesse de um grupo de “Investidores do Qatar” já falado em 2011, aquando da segunda hasta pública.
No entanto, a notícia contém algumas interrogações como a de que, segundo José Maria Costa, “essas duas intenções foram formalizadas no final de 2011 e entretanto já recebemos visitas de outros dois grupos de investidores estrangeiros, do Qatar e da Inglaterra, ligados ao turismo sénior, interessados nos terrenos e que poderão apresentar propostas quando abrirmos nova hasta pública” num negócio que, de acordo com a Agência Lusa envolve 63.199 metros quadrados de terrenos para a construção de habitação de luxo, 1.776 metros quadrados para comércio, 19.526 metros quadrados de estacionamento, além de um lote de 9.496 metros quadrados para construção de um hotel.
Apesar de agora estar disposto a vender por 7 o que comprou por 12, o autarca considera, a fazer fé nas declarações transcritas pela agência noticiosa, que se trata “de um montante dentro dos valores do mercado atual e que, a concretizar-se, ainda vai gerar receitas de construção para o município, permitindo o avanço no processo do Parque da Cidade, que é uma zona de excelência e uma prioridade de intervenção”
Já em Novembro de 2011, a autarquia tentou vender os terrenos por 9 milhões de euros, depois de inicialmente ter sido avançado um possível encaixe de 21,6 milhões de euros, mas a Vianapolis não recebeu qualquer proposta oficial para a totalidade daquela área, o mesmo acontecendo com a venda a retalho.
A sociedade VianaPolis, detida a 60 por cento pelos ministérios do Ambiente e das Finanças e a 40 por cento pela Câmara Municipal, está em fase de liquidação e tem de por resolver as dívidas bancárias resultantes do processo de demolição do Edifício Jardim para permitir a reconstrução de um mercado municipal que não tinha qualquer valor arquitectónico na altura em que foi demolido.
De acordo com a Agência Lusa, a Vianapolis terá uma divida à banca de 17 milhões de euros (“deste montante, cerca de 12 milhões de euros são relativos a expropriações e infraestruturação do Parque da Cidade e os restantes cinco milhões de euros para a operação no Edifico Jardim”) mas não estão contabilizados os juros já vencidos e os que ficarão por pagar para as gerações futuras. Além disso, segundo a notícia, “quela sociedade ainda conta com cerca de cinco milhões de euros em ativos, como garagens e apartamentos, construídos para realojamento dos moradores do Edifício Jardim e que estão por negociar”.
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