Muitos dos projectos onde a Câmara Muncipal de Viana do Castelo estava a planear gastar milhões de euros em fundos comunitários ligados a designado cluster do Mar que só existe num conjunto de 29 páginas a que se chamou Plano Estartégico de Viana do Castelo vão ficar na gaveta até que o país consiga reorientar o investimento para a recuperação económica.
É esta uma das ilações a retirar de declarações do Ministro da Economia para quem “em vez de utilizar os fundos do QREN para obras públicas de utilidade duvidosa, [eles serão reorientados] para os portugueses, para o combate ao desemprego”.
Deputados da oposição acusaram o Governo de querer usar os fundos comunitários para reduzir o défice, ignorando a economia: “Temos provas da prevalência de preocupações financeiras na execução dos fundos comunitários”, disse o socialista Fernando Medina, que é deputado eleito pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo e de quem até ao momento não é conhecida qualquer posição concreta em defesa de empresas como os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
“As consequências dramáticas do condicionamento da gestão do QREN à consolidação orçamental, aos planos da ‘troika’, têm consequências dramáticas, a perda de muitas centenas de milhões de euros”, disse o comunista Agostinho Lopes.
Pelo Bloco de Esquerda, Catarina Martins disse que “o QREN continua tão opaco, tão incompreensível como era”: “Não é possível a ninguém neste país fazer planos de investimento contando com o QREN, porque nem se percebe como funciona. Continua completamente opaco.”
Santos Pereira concordou: “O QREN, como está constituído atualmente, é um instrumento altamente burocrático. Por isso é que para lá da reprogramação estratégica estamos a trabalhar numa reprogramação técnica”, disse o ministro.