Um trabalho “pioneiro” coordenado pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Galiza-Norte de Portugal, retratando a realidade económica do “setor das Indústrias criativas e culturais” que pretendia “evidenciar” o potencial de crescimento e emprego desta área acabou por transformar-se na confirmação dos alertas que têm vindo a ser feitos em relação à estratégia de gestão cultural de território em Viana do Castelo e no Alto Minho: após mais de 2 décadas de investimentos em obras faraónicas, os decisores políticos, mal aconselhados por uma classe pseudo-intelectual que tem dominado os meandros dos corredores do poder local, têm vindo a destruir um modelo de desenvolvimento económico sustentável com base na inovação e nas indústrias culturais.
Ora, no único estudo sério e profundo realizado em 2010 sobre esta matéria, disponível no site Viana do Castelo | Cidade com Coração e entregue ao actual Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo (que curiosamente tem utilizado algumas das ideias para as apropriar como sendo originais do seu executivo), alertava-se já para uma das conclusões a que chegaram agora os “investigadores” do AECT:
• O valor simbólico que a arquitectura ten en Portugal, que conta con figuras de renome no panorama internacional, non está apoiado cun valor/peso da arquitectura nas contas globais, o que fai pensar nunha falta de imaxe de marca e de carencias no que ás capacidades de internacionalización se refire.
• Algunhas das empresas tradicionais da rexión sobreviviron adoptando innovacións tecnolóxicas incorporadas nos equipos empregados no proceso produtivo, pero desatenderon a parte creativa e de deseño, que foi importado. Por iso faise preciso incidir na innovación de base non tecnolóxica e impulsar a transferencia do sector cultural aos sectores maduros da economía portuguesa (efecto polinización sobre outros sectores produtivos).
O artigo da revista Wallpaper que tem sido sucessivamente citado por vários blogues e sites como o http://www.vamosmudaracidade.com não só cumpre um mau serviço à cidade (os próprios responsáveis políticos reconhecem que as visitas de estudo aos edifícios faraónicos não são expressivas) como ainda por cima conta uma história bem ao jeito de uma contrapartida, como tem sido verificado nas várias edições da publicação britânica que, já no final de 2011 nem sequer apontou Viana do Castelo quando indicou as “20 razões para estar em Portugal”.
A insistência numa “marca” que não existe é de tal forma tão persistente que até a página da biblioteca municipal no Facebook já questão de repetir vezes sem conta um facto que agora foi claramente desmentido e que deve fazer corar quem tem por hábito criticar quem avisa antes do tempo.