A maioria socialista da Câmara Municipal de Viana do Castelo quis fazer aprovar na última reunião do executivo uma “proposta” de Plano Estratégico do concelho sem que os vereadores da oposição tivesse recebido antecipadamente a suposta versão final do documento que, segundo os relatos da imprensa mais não faz do que plasmar o pré-diagnóstico já apresentado. Para além disso, ao arrepio do que deve ser o bom planeamento territorial, a “proposta” não faz qualquer cruzamento com o tal Plano(?) de “Marketing Territorial” que nunca foi conhecido, nem aprovado, nem amplamente discutido.
Apesar de o gabinete de imprensa da autarquia ter optado por divulgado uma nota de propaganda sobre a cedência de edifícios escolares em freguesias que vão acabar, alguns relatos da imprensa dão conta que o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, revelou que não vai contribuir com qualquer proposta de implementação da Reforma Administrativa Autárquica, alegando que o “país não é todo igual”.
“As realidades são diferentes. Daquilo que depender da minha parte, não contribuirei para deixar as populações ao abandono e desprovidas dos serviços de apoio de proximidade”, explicou o socialista que lidera a Câmara de Viana do Castelo esquecendo-se que das 40 freguesias do concelho, pelo menos 32 não cumprem os requisitos estabelecidos pela Reforma da Administração Local, a avaliar pelo Livro Verde publicado pelo Governo.
O concelho tem uma população total de 88.767 habitantes, distribuídos por nove freguesias rurais, onze freguesias urbanas, e 20 freguesias mistas e o autarca diz que uma “CIDADE PEQUENA!” não pode aceitar uma uma reforma que vai piorar os serviços de proximidade, numa contradição de argumentos que só pode ser explicada pelo facto do Partido Socialista ter vencido sempre as eleições autárquicas com os votos das freguesias que agora podem extintas por ausência de população efectiva para suportar salários de, no mínimo 400 euros, a dezenas de autarcas.
O certo é que, o “golpe de teatro” na Câmara Municipal esteve quase para ser consumado com o Presidente José Maria Costa a querer aprovar um “Plano Estratágico” que está desajustado da proposta de reforma administrativa e acaba por vir apressadamente ao de cima sem que se tenha discutido o que deveria ser apresentado depois: o Plano de Marketing Territorial que é, afinal de contas, o resultado das opções estratégicas!!!