O estaleiro da Viana Pescas localizado em Viana do Castelo deverá ser confiscado depois de a empresa de que é sócio Francisco Portela Rosa
(é detentor de 5% do capital depois de ter vendido os restantes uma empresa que servia de font-office ao maior traficante de cocaiína da Galiza, Ramiro Vázquez Roma) ter sido acusada de construir lanchas rápidas para quatro países (Portugal, Espanha, Guiné-Bissau e Angola).
Segundo o El País, agora citado pela imprensa portuguesa, o estaleiro da Vianapesca, que está avaliado em 1,5 milhões de euros, era utilizado para a lavagem de dinheiro. Entre 2005 e Outubro 2007 – data em que Ramiro Roma foi detido na zona de Pontevedra pelo Serviço de Vigilância Aduaneira de Espanha, quando liderava o desembarque de quatro toneladas de cocaína – terão sido construídas na empresa 70 barcos e “lanchas voadoras”.
A empresa está agora em processo de pré-falência apesar de a sede da empresa terá já mudado de instalações, deixando o estaleiro propriamente dito nas mãos de uma firma chamada Navalethes.
O diário espanhol cita ainda um relatório da Agência Tributária (um organismo ligado ao fisco espanhol) que revela que parte destas embarcações foi vendida, sem qualquer registo, directamente a redes de narcotraficantes. A venda era realizada iludindo o controlo fiscal.
As actividades de lavagem de dinheiro girariam em torno da Vianapesca e de empresas navais portuguesas e espanholas que “utilizavam facturas falsas pela prestação de serviços inexistentes”. Maria Dolores Millán, mulher de Vásquez Roma, era a sócia maioritária do estaleiro, que entrou em declínio em 2007, quando o alegado narcotraficante foi detido.
Ao jornal PÚBLICO, Portela Rosa negou qualquer envolvimento da Vianapesca nos factos, argumentando que “a Mercedes também construiu automóveis utilizados no narcotráfico e não é responsável por isso”.